Este espaço faz parte da campanha "Pela preservação da Floresta do Camboatá". Nele armazenamos os documentos técnicos e de posicionamento relacionados à luta em defesa do último remanescente de Floresta Ombrófila de Terras Baixas da Cidade do Rio de Janeiro. Sua vocação é a proteção ambiental, o lazer em contato com a natureza e atividades de treinamento e inovação para a economia verde.
sábado, 27 de julho de 2019
sábado, 8 de junho de 2019
Manifesto pela Floresta do Camboatá
A Cidade do Rio de Janeiro é
mundialmente conhecida como uma das mais belas do mundo. A combinação de mar,
montanhas, florestas e áreas urbanas forma uma paisagem única dentre as grandes
metrópoles mundiais. Tais características fizeram com que a UNESCO reconhecesse
o Rio como Paisagem Cultural Patrimônio da Humanidade.
Mas, não são apenas os cartões postais
de rara beleza que possuem valor ambiental nesta cidade. Queremos falar para
vocês sobre um tesouro escondido, pouco conhecido pela maior parte dos cariocas.
Queremos contar para vocês sobre um dos últimos remanescentes de um tipo de
floresta que já cobriu boa parte da nossa cidade. Queremos lhes contar os segredos
da Floresta do Camboatá!
A Floresta do Camboatá fica em
Deodoro, um bairro da Zona Norte, na fronteira com a Zona Oeste, pertinho da
Baixada Fluminense.
De acordo com o Jardim Botânico
do Rio de Janeiro, que durante anos realizou pesquisas no local, são quase 200
mil árvores nativas da Mata Atlântica, de 77 espécies diferentes, algumas delas
ameçadas de extinção, como o jacarandá.
Sozinha, a Floresta do Camboatá
tem 10 vezes mais árvores do que o Parque do Flamengo, o Campo de Santana, a Quinta
da Boa Vista e o Passeio Público juntos!
Além das árvores, a Floresta do
Camboatá tem ainda mais de 50 espécies de plantas e arbustos, todos nativos da
Mata Atlântica. Dezenas de espécies de pássaros têm na Floresta do Camboatá sua
morada, seu alimento, seu local de reprodução. Outras tantas mais dependem da
Floresta do Camboatá para um breve e necessário descanso, enquanto cruzam a cidade
voando entre os maciços florestais do Mendanha, da Pedra Branca e da Tijuca. A
Floresta do Camboatá é um ponto de interseção da natureza carioca!
Mamíferos, como cotias, tatus e
capivaras; répteis, como o jacaré-do-papo-amarelo; e até mesmo uma espécie rara
de peixe, que preserva seus ovos no fundo dos pequenos lagos secos para
fazê-los nascer nas chuvas, a Floresta do Camboatá tem.
A Floresta do Camboatá é muito
importante também pelos serviços ambientais que ela presta à cidade. Além do
carbono estocado na vegetação, ela é essencial para a amenização do clima dos
bairros vizinhos, uma região conhecida pelas temperaturas elevadas e pela
carência de arborização urbana.
Mas todo este ecossistema está
ameaçado! Está ameaçado por um projeto bizarro, sem nenhum sentido, que agora
conta com o apoio do prefeito Crivella, do governador Witzel e do presidente
Bolsonaro. Eles se uniram na intenção de destruir a Floresta do Camboatá e
construir no seu lugar um autódromo. Isso mesmo, um autódromo!
Tudo bem que queiram fazer um
novo autódromo para nossa cidade. Dizem que é importante para gerar empregos,
para trazer desenvolvimento, para enfrentar a crise. Pode ser. Mas, precisam
destruir uma floresta com 200 mil árvores?
Por que insistir em desmatar a
Floresta do Camboatá se ali ao lado, a menos de 2 quilômetros de distância,
temos o Campo do Gericinó, livre, disponível, ocupado por um capim africano que
só causa problemas ambientais? Por que os governantes não constroem esse autódromo
lá?
Falam que será um autódromo “sustentável”.
Jamais será, se for construído sobre as cinzas da Floresta do Camboatá! Mas,
pode ser, se for feito no Campo do Gericinó e se usarem as medidas
compensatórias para implantar um corredor ecológico ligando o Parque Estadual
do Mendanha com a Floresta do Camboatá.
Aí sim eles poderão chamar de
autódromo-parque. Destruindo a Floresta do Camboatá, não!
Estamos na luta pela proteção da
Floresta do Camboatá. Somos cidadãos cariocas preocupados com a crise econômica
que prejudica a todos, mas preocupados também com o futuro e a sustentabilidade
da nossa cidade.
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